09 outubro, 2009

Contar Histórias

Durante a Graduação em Pedagogia, o grupo ao qual  participei acabou por revelar verdadeiras artistas, inclusive uma contadora de histórias de um talento extraordinário. Hoje ela é empresária.
Administra uma casa especializada em produção de festas infantis. Visitem o site de sua empresa: http://www.contosefadas.com.br/. Seu nome é Cristina.
Cristina contadora de histórias...... que continua contando e encantando com suas histórias, toda criança que a encontra!



Passo a Passo: Escola de Nove Anos

“A cada idade corresponde uma forma de vida que tem
valor, equilíbrio, coerência que merece ser respeitada e
levada a sério; a cada idade correspondem problemas e
conflitos reais (...), pois o tempo todo, ela (a criança) teve
de enfrentar situações novas (...). Temos de incentivá-la
a gostar da sua idade, a desfrutar do seu presente”.

George Snyders

O Ministério da Educação, por meio da Secretaria de Educação Básica (SEB), da Diretoria de Concepções e Orientações Curriculares para Educação Básica (DCOCEB) e da Coordenação-Geral do Ensino Fundamental (COEF), cumprindo seu papel de indutor de políticas quanto ao programa de ampliação do ensino fundamental obrigatório para nove anos de duração, com início aos seis anos de idade, tem desenvolvido ações no sentido de apoiar os sistemas de ensino.

Com essa medida, o Estado reafirma o Ensino Fundamental como direito público subjetivo, estabelecendo a entrada das crianças de seis anos de idade no ensino obrigatório, garantindo-lhes vagas e infra-estrutura adequada.

Os objetivos da ampliação do ensino fundamental para nove anos de duração são:

a) melhorar as condições de equidade e de qualidade da Educação Básica;

b) estruturar um novo ensino fundamental para que as crianças prossigam nos estudos, alcançando maior nível de escolaridade;

c) assegurar que, ingressando mais cedo no sistema de ensino, as crianças tenham um tempo mais longo para as aprendizagens da alfabetização e do letramento;

O prazo para que todos os sistemas de ensino planejem, implantem o ensino fundamental de nove anos é o ano letivo de 2010, conforme a Lei nº 11.274/06, ou seja, deve estar planejado e organizado até o final de 2009.

Este documento tem por objetivo subsidiar gestores municipais e estaduais, conselhos de educação, comunidade escolar e demais órgãos e instituições. É um passo a passo do processo de implantação e implementação do ensino fundamental de nove anos. Ao final, estão as perguntas e respostas mais freqüentes que foram coletadas a partir de consultas feitas ao MEC.

Escola de Nove Anos (Leia na íntegra)


Pintura a Dedo

Que a pintura é uma atividade que as crianças adoram é desnecessário dizer. Mas, aqui você vai aprender como ir além do simples ato de pintar...

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A pintuta a dedo é uma das mais fascinantes atividades para as crianças. A parte mais difícil é acabar com a brincadeira depois que ela começa.


Aqui você vai aprender a fazer, a um custo muito baixo, sua própria tinta atóxica, para suas atividades de pintura a dedo ou mesmo com pincel.


Veja a seguir 2 Receitas simples para desenvolver a atividade de Pintura com os Dedos:


Para desenvolver a atividade será necessário o seguinte material:
Papel branco lustroso ou um pouco opaco pouco mais grosso que a cartolina;
Mesa lavável ou oleada para protegê-la;
Bacia com água para molhar a folha de papel;
Aventais de matéria plástica;






Tintas (que serão elaboradas conforme a receita abaixo).


RECEITAS:


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A um Mingau ralo feito de maizena ou polvilho, adiciona-se anilina vegetal na cor desejada, e se obtém uma boa tinta atóxica.
De acordo com a espessura do mingau se controla a consistência da tinta, para mais fina ou mais grossa.


TÉCNICA PARA APLICAÇÃO DESTA RECEITA:

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Com a palma da mão espalha-se a tinta sobre a superfície lisa do papel.

Com os dedos ou com a mão desenham-se as formas desejadas.

.......


A um Mingau ralo de polvilho, junta-se uma colher das de sopa de Sabão em flocos (em pó) e o pó de pintar da cor desejada para dar o colorido.

TÉCNICA PARA APLICAÇÃO DESTA RECEITA:

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Passa-se a folha de papel na bacia com água e deita-se a mesma sobre a mesa, alisando-a com as mãos.

Com as mãos espalhar a tinta sobre o papel todo e, depois, com a ponta dos dedos abertos ou fechados, a palma da mão ou com o pulso pode-se obter linhas e movimentos bem interessantes.




08 outubro, 2009

Ler histórias às crianças maiores: dos quatro aos cinco anos

"(...)

1) Com as crianças desta faixa etária, reduz-se a quantidade de alternâncias por turnos no diálogo, dando lugar a intervenções mais extensas de cada uma, o que não favorece que se faça um maior número de intervenções.

2) A leitura efetiva da história, por parte do adulto, faz com que as crianças entrem em contato com um tipo particular de discurso, o discurso narrativo, e com um tipo também particular de texto , o de ficcção. Escutando essas histórias, as crianças aprenden a "fugir" da realidade, a escutar e memorizar histórias que não são reais, incorporar palavras e traços dos discursos escritos à sua vida cotidiana, ou seja, aprendem a linguagem dos livros.

3) Os adultos costumam escolher os livros aprorpiados para cada idade em função de critérios variados, entre os quais podemos mencionar o caráter de previsibilidade da história, a repetição na linguagem (rimas, refrãos, canções, discursos diretos), o tamanho do texto e o nível dee dificuldade do vocabulário e dos conceitos.

4) As crianças também aprendem a escutar a história até o final e a permanecer em atitude de expectativa com relação ao que vai acontecendo nela; isto é, aprendem a prestar atenção. Muitas vezes, o adulto provoca a participação da criança, incitando-a completar o texto, por exemplo, no caso de rimas ou de enunciados repetitivos.

5) Com freqüência, os adultos estimulam as crianças a relembrar e a repetir a história, e a relacioná-la com experiências externas ao livro.

6) Elas aprendem alguns conceitos relacionados com o que está impresso: o livro, a folheá-lo, a mantê-lo diante de si; aprendem também a reconhecer algumas letras, a encontrar seus valores sonoros e a memorizar alguns trechos do texto (Clay, 1991).

7) Aprendem, então, com um modelo de leitor: captam a entonação, as pausas, a posição, os comentários que os adultos fazem ao ler, para logo poder imitá-los em atividades de simulação de leitura."



06 outubro, 2009

A Descoberta do Fogo

A descoberta do fogo

por Mabel Rodrigues

Uma lenda grega, imortalizada na tragédia Prometeu Acorrentado de Ésquilo (525 a.C. – 456 a.C.), relata que o gigante Prometeu roubou o fogo dos deuses para presentear aos homens, por esse motivo, recebeu como castigo uma terrível tortura.

Libertado por Hércules, ficou conhecido como Deus do Fogo, sendo considerado seu guardião. Rubens (1577-1640), o maior expoente da pintura Barroca, transcreveu em tela o suplício de Prometeu.

Eis aí uma explicação, mitológica como era comum no princípio da humanidade, para explicar a descoberta do fogo, fonte de luz e calor e que seria seu ato pioneiro de descoberta científica.


As descobertas chamadas empíricas ocorrem, geralmente, segundo uma seqüência que envolve, grosso modo, observação, experimentação, aplicação.

A descoberta do fogo não fugiu a essa regra.

Os hominídeos perceberam pela primeira vez o fogo há muitos milênios, em uma época que não podemos precisar, mas há provas substanciais de que já era usado na Europa e na Ásia na Era do Paleolítico Posterior e na do Neolítico. Assim, cerca de 500 mil anos antes de Cristo, o chamado Homem de Pequim (Pithecantropus pekinensis) utilizava o fogo, havendo disto evidências encontradas em cavernas. Quimicamente, o fogo corresponde à combustão, que envolve a combinação do oxigênio da atmosfera com o carbono contido em materiais orgânicos, folhas, grama, madeira etc. É uma reação que pode ser espontânea ou iniciada por um agente energético natural ou intencional.


A reação espontânea pode ocorrer em ambientes orgânicos muito secos, como conseqüência de elevação de temperatura e ao ser atingido o ponto de ignição. Outra forma da ocorrência do fogo é por meio da ação de relâmpagos na madeira de árvores. Em ambas as situações, nos primórdios da humanidade, uma vez formadas as fagulhas e o fogo iniciado, a ação do vento pôde fazer com que ele se espalhasse através de florestas e campos num processo contínuo, como o que ainda hoje ocorre em incêndios que podem se estender por milhares de quilômetros quadrados.


O homem primitivo inicialmente observou esse fogo surgido espontaneamente e começou a utilizá-lo de maneira esporádica e desorganizada, como fonte de iluminação e aquecimento. Para isso foi necessário, num primeiro momento, descobrir como mantê-lo vivo, o que resultou provavelmente da observação de que brasas resultantes da queima natural de madeira podiam ser reativadas pela ação do vento, ou pelo sopro, fazendo a chama reaparecer.


A etapa seguinte consistiria em produzir voluntariamente o fogo. Talvez a observação de que ele se propagava pelo aquecimento de galhos ou folhas secas indicou que a chama poderia ser iniciada com temperaturas elevadas. Dessa forma, a descoberta de que o atrito entre dois pedaços de madeira seca elevava a temperatura até produzir uma chama, que podia ser ativada pelo sopro, deu inicio à jornada tecnológica do homem, no seu controle da natureza. Ainda atualmente, o método do atrito na produção do fogo é encontrado entre povos primitivos, como em algumas tribos de índios brasileiros.

Na seqüência, outro método foi desenvolvido, consistindo na percussão de duas pedras para a produção de faíscas. A observação de que fagulhas têm o poder de começar uma chama e que o choque de algumas rochas produz faíscas conduziu a mais uma forma de iniciar uma combustão. Existem observações de achados originários da Era Paleolítica que indicam esse processo sendo usado pelo emprego de pirita (sulfeto de ferro) sob a forma de pequenos grãos ou ainda de sílex (variedade de rocha formada principalmente por dióxido de silício), material extremamente duro.

Muito tempo depois foi descoberto que as fagulhas formadas eram mais fortes e persistentes quando se batia sílex com ferro ou aço. Esse processo persistiu até o séc. XIX. Na Europa e no Brasil ainda era encontrado no começo do séc. XX.

O avanço seguinte, e bem mais recente, de um processo simples de produção de fogo, surgiria com a invenção, na Inglaterra em 1827, do palito de fósforo2. O elemento fósforo combina-se com o oxigênio tão facilmente que se acende apenas exposto ao ar. Os primeiros fósforos fabricados acendiam por atrito e exalavam um cheiro muito desagradável. Mais adiante, em 1845, começaram a ser fabricados os chamados fósforos de segurança, cuja cabeça combustível contém outros componentes não-inflamáveis, garantindo a sua utilização de forma segura.

Mas... essa já é outra história!







Donald No País da Matemática - Parte I

05 outubro, 2009

Educação e Vida

O Mosquito Escreve


O mosquito pernilongo
trança ss pernas, faz um M,
depois, treme, treme, treme,
faz um O bastante oblongo,
faz um S.

O mosquito sobe e desce.
Com artes que ninguém vê,
faz um Q,
faz um U e faz um I.

Esse mosquito
esquisito
cruza as patas, faz um T.
E aí,
se arredonda e faz outro O,
mais bonito.

Oh!
já não é analfabeto
esse inseto,
pois sabe escrever seu nome.

Mas depois vai procurar
alguém que possa picar,
pois escrever cansa,
não é, criança?

E ele está com muita fome.



Rubem Alves



04 outubro, 2009

Alfabetizar... Quando e Como?

por Camila Giangrossi Meleke


Por onde começar a alfabetização?
Hoje, o mais comum é alfabetizar letrando, o que significa orientar a criança para que ela aprenda a ler e escrever na perspectiva da convivência com práticas reais de leitura e de escrita, porém isso implica “abandonar” o uso das cartilhas (onde o aluno aprende a ser copista e não um leitor ou ledor) e adotar o manuseio de revistas, livros, jornais, enfim, pelo material que irá auxiliar a criança neste processo.
Contudo, é preciso fazer um diagnóstico, ou seja, uma sondagem para saber o nível de conhecimento de palavras e verificar o que a criança já pensa a respeito da escrita.

Valorizando a Prioridade...
Logo no primeiro ano, do ensino fundamental, a prioridade é alfabetizar todas as crianças ou pelo menos grande parte delas. O ato de escrever se torna uma consequência daquilo que a criança já conhece na leitura.
As brincadeiras, o canto, as histórias e os desenhos já fazem parte do cotidiano dos pequenos, no inicio da fase escolar, a leitura e a escrita também, mas é importante ressaltar que, o trabalho é realizado em conjunto educando/educador, ou seja, o aluno deve realizar as tarefas por iniciativa própria, porém o professor deve dar as oportunidades e subsídios para que isso aconteça, o que não se deve pensar é que a criança vai aprender tudo sozinha e por iniciativa da mesma.
Sabe-se que as crianças que convivem num ambiente rico em materiais de leitura, apresentam maior interesse em saber o que está escrito, sendo assim, a criança motivada aprende mais e mais rápido.

A alfabetização e o construtivismo
Segundo Emilia Ferreiro (psicóloga e pesquisadora argentina), o ato de ensinar desloca-se para o ato de aprender por meio da construção de um conhecimento que é realizado pelo educando, que por sua vez passa a ser visto como o sujeito que constrói tal conhecimento a partir daquilo que vivencia, ou seja, é preciso trabalhar com a criança o contexto da própria criança, com textos e histórias que façam sentido para as mesmas.
Vale lembrar que o construtivismo não é um método de ensino, mas sim um processo de aprendizagem que coloca o sujeito dessa aprendizagem como alguém que conhece e que o conhecimento se dá através da ação deste sujeito, não esquecendo que o ambiente exerce papel significativo neste processo.
E para finalizar, outra questão bastante discutida é “em quanto tempo se alfabetiza?”. Partindo do pressuposto de que já foram eliminados todos os “entulhos” do período preparatório, se for clara e objetiva a decifração da escrita, basta apenas uma hora de atividades específicas por dia, em dois ou três meses, e os alunos estarão alfabetizados, é claro que não serão todos, pois sabemos que dependerá do momento de cada um.
“... A minha contribuição foi encontrar uma explicação segundo a qual, por trás da mão que pega o lápis, dos olhos que olham, dos ouvidos que escutam, há uma criança que pensa.” (Emilia Ferreiro)


Referências Bibliográficas
Livro/Revista CAGLIARI, Luiz C. Alfabetizando sem o Bá-Bé-Bi-Bó-Bú. São Paulo: Spicione,1998




O Pequeno Principe - Parte I

Contação de Histórias

Assistam a esse vídeo que fala sobre o que é e como acontece o Projeto Letras de Luz

Ou Isto, Ou Aquilo

Ou se tem chuva ou não se tem sol,

ou se tem sol ou não se tem chuva!
Ou se calça a luva e não se põe o anel,
ou se põe o anel e não se calça a luva!
Quem sobe nos ares não fica no chão,
Quem fica no chão não sobe nos ares.
É uma grande pena que não se possa
estar ao mesmo tempo em dois lugares!
Ou guardo dinheiro e não compro doce,
ou compro doce e não guardo dinheiro.
Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo...
e vivo escolhendo o dia inteiro!
Não sei se brinco, não sei se estudo,
se saio correndo ou fico tranqüilo.
Mas não consegui entender ainda
qual é melhor: se é isto ou aquilo.


Cecília Meirelles


03 outubro, 2009

A Arte de Educar

por William Lara*



(...)


A tarefa da educação é delicada porque supõe, em princípio, amor, desprendimento, doçura, firmeza, paciência e decisão.

Diversas obras já foram escritas sobre esse assunto. Quantas vezes professores e pais, cheios de entusiasmo e esperança, compram este ou aquele livro com o intuito de resolver um problema específico que os preocupa em relação à atitude de alunos e de suas crianças?

Ao ler... vê-se tão fácil! Os livros contêm, às vezes, infinidades de teorias, fórmulas e até conselhos que parecem mágicos, com diálogos imaginados e reações quase perfeitas dos alunos e das crianças diante da iniciativa dos professores e dos pais. Se fosse apenas isso, na vida diária...


No entanto, a realidade é outra. Quando os professores e os pais tentam colocar em prática alguns desses conceitos que acabam de ler e isso não sai como eles esperavam, pensam: "O que aconteceu? Onde está o erro, se fiz exatamente o que o livro dizia?"



Acontece que "educar é uma ciência e uma arte; uma arte porque não tem regras fixas, ou seja, cada caso é diferente, cada circunstância é única".

Um pequeno texto, uma palavra, um gesto, uma pintura, um desenho ou uma ajuda em uma situação em que não esperávamos pode preencher uma vida, mudar seus horizontes e abrir possibilidades para nós mesmos, pois muitas vezes entender, explicitar ou descrever é um bem, um exercício.

Então...


O que podem fazer vocês, professores e pais, quando se sentem desorientados e aflitos? Às vezes querem se dar por vencidos ou descarregar a responsabilidade em um terceiro (coordenadores, psicólogos, etc.). Mas, no fundo, todos sabem que é sua responsabilidade dar aos alunos e filhos as ferramentas e respostas de que necessitam. São os educadores que devem ensinar-lhes o sentido da vida e capacitá-los para vivê-la.


O objeto da educação não está só no sentido literal do verbo “educar”, mas, sim, no modo como o fazemos, a forma como prosseguimos pensando, o tipo de distinções que apresentamos, a moral e a ética dos critérios em que baseamos o caminho a percorrer.


Educar é como ensinar alguém a andar ou a falar (nada de metafórico existe nessa comparação). Andar verticalmente e falar é a educação mais fundamental do modo de ser quem somos: humanos. Aprender a ler, a fazer contas e a dominar a técnica, o conhecimento científico e o processo de desenvolvimento de mais e mais conhecimentos no âmbito de uma comunidade em que estamos imersos é a mesma coisa que aprender a falar. Todos esses aspectos que enquanto adultos nos envolvem são distinções no âmbito do processo fundamental que nós próprios somos: um erguer e um puxar, um indicar de possibilidades, um mostrar de mundos, um incentivar e ajudar, um responsabilizar, autonomizar e cuidar.


Em resumo, educar, desde os primeiros dias até os últimos, é deixar os outros serem humanos — ensinar, no sentido de educar, é muito mais difícil do que aprender. E por que isso é assim? Não apenas porque quem ensina deve dominar uma maior massa de informações e tê-la sempre pronta a ser utilizada, mas porque ensinar requer algo muito mais difícil, complexo e poderoso: deixar aprender.


Quem verdadeiramente ensina passa realmente pelo aprender. Esse aprender, por sua vez, deixa de ser revelado e tem seu fundamento na liberdade individual.


O que aprendemos quando aprendemos a aprender? O que aprendemos quando somos educados? O que é a educação? Com base em que a educação ganha seu sentido, sua pertinência, sua vitalidade e seu caráter decisivo? A resposta é simples: educar é deixar surgir o homem e suas possibilidades.


Por tudo isso, a educação é essencialmente um apontar de possibilidades, de distinções, de relações e de humanidade. Educar é abrir, é erguer, é questionar, é duvidar e ensinar a duvidar, é ser modesto em saber ajudar. Quem deve então educar quem? A resposta é a mesma que foi dada à pergunta “Quem ajuda quem?”.


Viver é aprender. O tempo muda-nos porque tudo nos ensina. Passando o que passa, aprendemos o que fica. O passado fica da forma como para cada um de nós as coisas ganham seus significados, individualmente, em uma vida que é um permanente ter sido e um constante projetar de possibilidades. Uma chamada pelo nome, uma ajuda quando nada se esperava ou uma idéia tocada pelo entusiasmo, pela imaginação e pela vontade de partilhar, um olhar de cumplicidade, uma conversa sobre o que nunca se consegue ler, mas que sempre nos preocupou, ou simplesmente o brilho de um momento, o vislumbre de uma possibilidade que dá um sentido fundo ao que temos sido podem fazer muitas vezes tudo o que mais pode marcar um caminho e uma forma de estar no mundo.


Poderão questionar-se sobre que temas, assuntos, momentos ou histórias estamos aqui para falar...


A resposta é esta: sobre todos.


Na educação, o essencial não é o assunto ou o conteúdo, mas a perspectiva, o modo e a relação. Ou, antes, o objeto da educação não é um tema, como, por exemplo, a Geografia, a História, a Matemática, a Literatura ou as Artes Plásticas. Aquilo sobre o que a educação recai é um modo de ser, que cuida, que toma conta, que se envolve, deixa-se envolver e deixa ser.


Ouvimos muita coisa sobre educação nos dias atuais. Mas, tanto ontem como hoje, o homem é ele mesmo a educação, o ser que se ergueu, que repara e que cuida. Cuidando e ajudando, chamando e sendo cúmplices dessa chamada para a escolha constante das infinitas possibilidades que cada um de nós tem pela frente, podemos abrir o caminho e verdadeiramente educar e educar-nos.


Uma hora é uma medida, uma bola é um passatempo e um conceito é um instrumento, mas cada um de nós é todo o mundo. São todos os mundos do mundo que a educação tem por tema. Assim, a qualquer momento em qualquer mundo, uma palavra, um gesto ou um olhar pode entrar e não mais sair. Se tivermos sabido ou podido preservar e deixar preservar esses momentos, podemos muito bem tocar não apenas naquilo que no momento estamos fazendo, mas toda uma vida — e isso é verdadeiramente o objeto do educar.


*****


* William Lara é jornalista, pós-graduado em Jornalismo Científico e editor da revista de educação Páginas Abertas - Paulus Editora.


willylara@aol.com

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