18 fevereiro, 2023

A diversidade e as crianças

Tanto as crianças quanto os adultos às vezes precisam experienciar situações para aprender com elas. Assim, uma maneira que pode ser eficiente para educar quanto ao respeito pela diversidade é a exposição a situações que podem ser reais, como a convivência da criança com pessoas diferentes dela, ou fictícias, como ao assistir a peças teatrais ou filmes que retratem diferenças.

A imagem, a cor, o cabelo e a classe social são elementos que definem nas crianças os sinais de pertencimento a um universo específico. Quando elas são apresentadas a figuras semelhantes ou que defendem a igualdade, tendem a fortalecer sua autoestima de uma maneira equilibrada.



09 fevereiro, 2023

A Importância da rotina na vida da criança

A rotina diária nada mais é do que colocar o planejamento em prática. Ela vai possibilitar que os pequenos se orientem na relação tempo-espaço e se desenvolvam. A rotina é um instrumento construtivo, pois permite que os filhos estruturem sua independência e autonomia, além de estimular a socialização.

Ela implica regras que estabelecem limites. O limite gera uma dose de frustração, e é importante aprender a conviver com esse sentimento desde cedo. Além disso, a rotina vai ganhando complexidade ao longo do desenvolvimento do indivíduo, ensinando-o a agir em determinadas situações.

O estabelecimento de rotinas é um dos aspectos fundamentais para dar segurança à criança. É assim também que ela desenvolve habilidades e aprende a lidar com as solicitações do ambiente.





22 janeiro, 2019

A Aprendizagem Humana através de Piaget

Os trabalhos produzidos pelo renomado pesquisador suíço servem como base para explicar muitos elementos da aprendizagem humana.
Resultado de imagem para teoria de piaget e o desenvolvimento moralJean Piaget dedicou boa parte da sua vida a estudar como o conhecimento se dá no indivíduo desde o seu nascimento.
Também como ele evolui ao longo dos anos e quais saberes são aprimorados com o passar do tempo.
Conceitos como assimilação e acomodação, além de pensamentos mais complexos, como os estágios do desenvolvimento humano e as diferentes fases do amadurecimento da moral, são alguns pontos chave para entender as suas contribuições.
Esse seria um bom resumo da teoria de Piaget, mas há muito mais a saber sobre ela.
Pronto para entrar no mundo de Piaget e descobrir tudo sobre a evolução intelectual dos seres humanos?
Então, relaxe aí na poltrona e desfrute dessa leitura.

O que é a Teoria de Piaget

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Antes de mais nada, é importante fazer um breve resumo da Teoria de Piaget para que você possa se situar e não fique perdido quando entrarmos em conceitos mais complexos.
O pesquisador suíço sempre acreditou que o principal objetivo da inteligência é ajudar as pessoas em sua ambientação ao meio em que vivem.
As formas de adaptação têm a ver com atitudes próprias do ser humano, como o surgimento de hábitos e reflexos.
De acordo com os seus conceitos, o desenvolvimento cognitivo do homem tem a ver com o acompanhamento de respostas mais elaboradas ao ambiente.
A partir daí, o ser humano começa a criar insights, ter sacadas para entender e se adaptar ao seu novo universo.
Ou seja, com o passar do tempo, com o conhecimento adquirido e com a maturidade se instaurando, começam a surgir o que o autor chama de manifestações diferenciadas – aquelas que fogem do senso comum, que são próprias e únicas do indivíduo que as praticou.
Usando como método de pesquisa a observação e também o raciocínio lógico, Piaget foi além e começou a estudar como o conhecimento se desenvolve, desde os sinais mais primitivos até os mais sofisticados.
O autor defende que o crescimento intelectual acontece em partes que evoluem pela equilibração, como chama o autor.
Na prática, trata-se da busca da criança pelo equilíbrio entre o que ela descobre em seu habitat e a sua própria capacidade cognitiva.
Assim, as estruturas mentais, os esquemas e o modo do jovem pensar servem para que ele, desde pequeno, encare e se molde às dificuldades que aparecerem.
Resumo feito, agora você já está pronto para dar o próximo passo e conhecer mais a fundo os conceitos principais que guiam a teoria do pesquisador suíço.

O que é Assimilação e Acomodação?

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Dois elementos chave para entender a aprendizagem humana em Piaget são as definições de assimilação e acomodação.
As duas funcionam como ferramentas do conhecimento.
Em outras palavras, elas são engrenagens responsáveis por organizar, de maneira progressiva, os saberes humanos.
Uma estratégia que o pesquisador utiliza para explicar processos complicados, como a troca de informação que as pessoas fazem com o ambiente – o que pode ser chamado de adaptação -, é se utilizar de termos próprios da biologia.
Como exemplo podemos citar a expressão invariantes funcionais.
Os mecanismos com essa alcunha, que ajudam a estabelecer a interação adaptativa do homem e meio, nada mais são do que a assimilação e a adaptação.
Veja, agora, resumidamente o que significam esses dois conceitos.

Assimilação

Serve para designar um processo no qual uma criança adquire nova informação, que até então não possuía.
Um brinquedo diferente ou um desenho animado recém apresentado são experiências que ela tenta acrescentar ao seu cérebro.
Ou seja, uma criança está sempre disposta a aprender mais e armazenar informações diferentes das que possui.
Um exemplo prático para você entender melhor é quando ela está aprendendo a reconhecer as coisas.
Até o momento, acha que todos os objetos que existem são berços.
Podemos dizer que o pequeno tem em sua estrutura cognitiva um esquema de berço.
Quando é apresentado a essa criança outro objeto que ofereça alguma semelhança, como uma mesa, ela a terá também como berço (grande, quatro pernas, também usada como apoio para trocar sua fralda).
Aqui, há um claro caso de assimilação.
As proximidades entre o berço e a mesa fazem com que os dois sejam facilmente confundíveis.
Isso ocorre por conta da proximidade dos estímulos e de não existir quase nenhuma variedade de esquemas reunidos pela criança até o presente momento.

Acomodação

Berço e mesa só serão diferenciados a partir do processo de acomodação.
Para que isso aconteça, no entanto, será necessária a participação direta do adulto.
Cabe a ele corrigir o seu filho quando apontar a mesa e falar berço.
A partir dessa intervenção, deixando claro que o objeto em questão é outro, a criança vai acomodar essa informação e criar um novo esquema.
Agora, ela tem uma definição de berço e outra de mesa.
Na prática, a acomodação é determinada a partir do momento em que a criança não consegue registrar uma nova informação, pois não existe uma estrutura cognitiva que se pareça com a novidade descoberta.
Nessa situação, é preciso criar um novo esquema ou mudar algum que já exista em seu repertório.
Com a acomodação, é possível tentar assimilar o estímulo uma vez mais e, com a mudança na estrutura cognitiva, o novo conhecimento é prontamente assimilado.

Estágios de Desenvolvimento e Aprendizagem Humana Segundo a Teoria de Piaget

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A assimilação e a acomodação são as principais responsáveis pelas alterações do desenvolvimento cognitivo.
Apesar desse processo se dar durante toda a infância, existem momentos em que essa adaptação acontece de forma distinta.
Coincidentemente ou não, esses desequilíbrios se dão de forma diferente conforme a idade em que os pequenos estão.
Por isso, Piaget dividiu o aprimoramento da aprendizagem em quatro estágios da vida de uma criança.
Vamos a eles.

Sensório-motor (0 aos 2 anos)

Período no qual o criança não tem nenhuma autonomia e onde ainda não são traçados planos.
Ela está presa na atividade do agora. Sugar o peito da mãe, morder e soltar brinquedos são suas principais ações.
O máximo que um bebê nessa idade consegue fazer é usar a chamada pré-lógica, que é ordenar objetos do maior para o menor, colocar uns sobre os outros ou ainda encaixar bases iguais em orifícios de mesmo desenho.
As primeiras noções do eu começam a ser construídas.
Aqui, já é possível diferenciar sua existência física a parte do universo que o rodeia.
Um bebê de cinco meses brinca com um objeto que estiver à sua frente.
Agora, se a peça for escondida, ele já vai agir como se o utensílio nunca tivesse sequer existido.
É diferente de uma criança de oito, nove meses, que já consegue notar que o objeto sumiu e começa a brincar de esconde-esconde com ele.
Cada novo encontro representa uma felicidade imensa.
Importante dizer que alguns pontos foram mudando desde que a Teoria de Piaget foi criada.
Muitas pessoas tendem a achar que os bebês de hoje são mais inteligentes que os de alguns anos atrás.
Um dos motivos que levam a essa conclusão é o quarto dos pequenos.
Há alguns anos, acreditava-se que para uma criança absorver tudo que aprendeu no dia, era preciso um cômodo escuro e extremamente silencioso.
Com o passar do tempo, foi se notando que paredes pintadas em cores mais quentes e músicas no ambiente podem ser muito mais estimulante para os bebês.

Pré-operatório (2 aos 7 anos)

O período sensório-motor vai ficando um pouco de lado e o imediatismo começa a dar lugar à função simbólica, que é a necessidade do pequeno se adequar ao meio em que vive.
O pré-operatório é marcado pelo início da linguagem oral, que é quando a criança começa a externar em palavras aquilo que assimilou e acomodou no passado.
É uma fase em que o ego fala mais alto.
Tudo gira em torno do seu umbigo.
Se alguém pergunta qual é o bebê mais lindo do mundo, a resposta certamente será: “eu”.
O animismo também é algo marcante.
Sentimentos pessoais são transmitidos para objetos inanimados e animais.
Você vai ouvir do seu filho: “cadeira boba, machucou o meu dedinho” ou “cachorro mau, latiu forte para mim”.
Até essa faixa etária, as crianças são incapazes de entender que trocar um objeto de lugar ou a sua forma não vai alterá-lo para sempre.
O exemplo clássico disso é o da massinha de modelar.
Duas massas podem ser exatamente iguais, mas se você a achatar um pouco, o pequeno vai jurar de pés juntos que essa é mais leve que aquela outra, que não foi mexida.

Operações concretas (7 aos 12 anos)

A criança deixa um pouco de se achar o centro do universo e começa a desenvolver um conhecimento que tem mais a ver com as outras pessoas mais velhas.
Para usar outro exemplo que não o da massinha de modelar, ela consegue compreender que dez peças de dominó colocadas cinco em cima e cinco embaixo é igual a todas elas enfileiradas, exceto pela sua disposição.
Elas continuam sendo uma dezena de retângulos pontilhados.
Ou seja, além da ideia desses objetos concretos, agora é possível fazer operações mentais com eles.
Por outro lado, a percepção em situações que não são palpáveis ainda está confusa.
As primeiras noções de tolerância também são sentidas nessa fase.
Com o egocentrismo de lado, é possível ver que existem opiniões, emoções e carências diferentes das suas.

Operações formais (12 anos em diante)

Etapa onde o desenvolvimento da inteligência dá o maior salto.
É quando o adolescente começa a realizar operações mentais com abstrações e não somente com o concreto.
Os hormônios também começam a agir e não apenas no corpo as mudanças passam a aparecer.
O comportamento também é afetado: sentimentos como revolta, incerteza e idealismos como “eu vou mudar o mundo” são clichês, mas reais para eles.
Problemas matemáticos mais complexos também começam a ser resolvidos.
Isso porque a lógica já está bastante aguçada.
Talvez a forma mais fácil de diferenciar a fase das operações concretas das formais seja através de combinações aritméticas.
Um exemplo usado por Piaget é o número de sequências que se pode fazer com os elementos ABCD.
Enquanto um adolescente no período formal vai procurar estabelecer a lógica para elucidar o desafio – mudar primeiro a última letra, depois a penúltima -, o jovem na fase concreta provavelmente vai estabelecer uma ordem aleatória, sem uma metodologia sistêmica.
Embora o Modelo de Desenvolvimento de Aprendizagem de Piaget seja muito completo e fiel à realidade, nunca é demais ressaltar que ele pode variar conforme a idade e de criança para criança.
É como aquele aluno adiantado da turma, que mesmo sendo o mais novo da galera, acompanha as lições tão bem quanto os outros.

Teoria de Piaget e o Desenvolvimento da Moral

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O desenvolvimento da aprendizagem, da cognição e da moral são muito bem amarradas entre si, segundo a teoria de Piaget.
Para abrirmos essa última parte, é importante começar pontuando que o pesquisador defende que crianças entre cinco e dez anos de idade tomam sua decisões éticas a partir do que uma autoridade acredita que é certo.
As regras de professores e responsáveis não mudam e os pequenos as seguem por receio de serem castigados.
Depois desse primeiro momento, os jovens passam a ter um poder de decisão um pouco maior em relação ao que acreditam ser certo e errado.
O autor suíço divide esse período – da infância até o início da adolescência – em três fases.
A seguir, conheça um pouquinho mais de cada uma delas.

Anomia

Etapa que vai até, mais ou menos, os cinco anos da criança.
Nessa fase, normalmente não existe moral.
As normas de conduta são guiadas pelas vontades mais elementares.
A obediência de uma regra se dá pelo hábito e não pela distinção do que é correto ou não.
Por exemplo, um bebê que está com a fralda suja, não vai parar de chorar até que ela seja trocada.

Heteronomia

A fase seguinte, que costuma ir até os dez anos de idade, já identifica um outro tipo de comportamento.
Aqui, o que é certo está correto e ponto final, não existe margem para interpretação.
Do mesmo modo, o errado, por mais que seja por um causa nobre, continua sendo incorreto.
O fato de uma criança não fazer o dever de casa por cuidar do irmãozinho que estava doente é tão grave quanto ele não realizar os temas por pura preguiça.

Autonomia

Depois dos dez anos, começa a última fase do desenvolvimento da moral.
A partir do início da adolescência, o respeito às normas de conduta é feito através de acordos entre responsáveis e jovens.
Faltar aula nunca é bom, mas a ausência por motivo de saúde é bem diferente de não responder à chamada para ir ao shopping, em uma matinê, ver a estreia de um filme no cinema.
Cabe aos pais e aos educadores conduzir esse desenvolvimento moral das crianças em todas as fases, até atingir sua autonomia.
É importante ressaltar também que, apesar dessas etapas mostrarem um comportamento padrão, há sempre particularidades a serem tratadas com as diferentes faixas etárias.

Teoria de Piaget e as Consequências na Área Pedagógica

Os ensinamentos da teoria de Piaget saíram dos livros e podem ser vistos na prática, dentro das salas de aula.
Seu legado e sua contribuição na pedagogia são inestimáveis.
Talvez a principal delas seja a de respeitar as particularidades de cada fase do desenvolvimento e estimular as atividades naturais dos alunos.
Um ensino mais desafiador, que envolva a reflexão e a descoberta de novos conteúdos por parte dos alunos, assim ampliando seus esquemas mentais, também é uma herança deixada pelo suíço.
Essa metodologia pode levar os estudantes a acionar seus aprendizados cognitivos e, assim, desenvolver uma série de ações que vão desde a localização no tempo e espaço, passando pela proposição e comprovação de hipóteses até a justificativa por escolhas realizadas.
Elementos como interação social e linguagem também passaram a ter um espaço vital dentro das salas de aula.
A troca de ideias e a cooperação por meio de trabalhos em grupo e debates são enriquecedores para o ensino.
A teoria de Piaget sempre defendeu que o convívio coletivo favorece a aprendizagem, pois as crianças podem comparar pontos de vista e ver que há diferentes interpretações para situações iguais, dependendo da ótica de cada um.
Esse vai e vem de informações favorece o pensamento reverso, a reciprocidade e a mutualidade no tratamento recíproco.
Em outras palavras, contribui para a passagem da heteronomia para a autonomia.

Conclusão

Como vimos neste artigo, a Teoria de Piaget, de mais de meio século, tem aplicações bastante práticas até hoje.
Não por acaso, suas descobertas impactaram a educação mundial de forma definitiva.
Sempre com o objetivo de auxiliar a criança a desenvolver suas capacidades operativas de pensamento, as conclusões dos estudos do pesquisador fizeram com que se entendesse mais a fundo a aprendizagem humana.
Um universo novo se abriu, onde ocupar espaço no HD da máquina e depois deixar essas informações acumulando pó não fazia sentido.
Era preciso, de fato, adquirir conhecimentos novos, que permitissem à criança raciocinar por ela própria – e não um copia e cola automático, que não gera reflexão -, com pensamentos coerentes, críticos e criativos.

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